quinta-feira, 7 de abril de 2011

Carta aos Alienígenas (PARTE 1)

Os terráqueos olham para cima. Alguns miram as estrelas pensando em pelo menos atingir os céus; outros estão com os pés tão cravados no chão que uma leve erguida de pescoço causa dor e angústia...

Os terráqueos estão presos em suas fronteiras. Para cruzarem de uma linha a outra, recorrem à burocracia do estado maior; alguns sonham com outros espaços – esperam desses novos sonhos.

Os terráqueos são chamados de humanos que criam sistemas desumanos (paradoxal?). A maior virtude destes é o próprio defeito que existe neles (seus medos, sonhos, angústias, rebeldias, frustrações e sentimentos): que se expressam nas artes.

Os terráqueos se acham modernos, já subverteram as emoções e politizaram a vida no papel – todas as evoluções levaram a lugar nenhum.

Os terráqueos se acham os donos do universo; estamos em 5771[1], 4709[2], 2011[3] e a água potável está acabando; novas fontes primárias para a produção de energia estão sendo pesquisadas (as antigas já estão em sua máxima capacidade – de escassez).

A maioria dos terráqueos não está preocupado com os ‘sentimentos’ do planeta em que vivem (talvez nem mesmo quem esteja escrevendo isso).

A maioria dos terráqueos é carente – em quase e/ou todos os sentidos -, devem ser os próprios ‘moldes do mundo’.

Uma parcela dos terráqueos acredita em vocês – feios ou belos, bons ou maus -, alguns até dizem já terem os visto e relatam seqüestros (que mal que vocês são, não é?).

Uma parcela dos terráqueos é especial; a maioria, como já disse, é ‘espacial’.

*
Alguns terráqueos morrem sem conhecer o mar.

Alguns terráqueos morrem ao nascer.

Todos os terráqueos um dia vão morrer.



[1] Ano Judaico.

[2] Ano Chinês.

[3] Ano Cristão.


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