sábado, 31 de outubro de 2020
quarta-feira, 5 de agosto de 2020
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Despedida Hun
Se eu pudesse viver outra vez, queria ter amado meus avós
Teria doado mais de meu tempo, mesmo que não precisassem
Teria pedido colo e ouvido as antigas histórias com maior
atenção
Teria caminhado, lado a lado, me sentindo um ser mais
humilde
Teria fingido que nunca os vi desenhando patas de coelho na
páscoa ao invés de ficar acordado só pra ter a certeza idiota de que eles
faziam isso
Eu mais criança, menos rebelde e onipotente
Acho que assim eu teria sido um filho, um pai e um companheiro melhor
Queria ter julgado muito menos os motivos e vivenciado muito
mais as razões, os detalhes e as pequenas atenções que me foram dadas por meus
pais, ao invés de ter criado um limbo de derrota e discórdia sobre tudo o que
aconteceu
Queria ter dito a meu pai que ele fez o que podia e que eu
entendia sua ausência
Queria poder olhar nos olhos de minha jovem mãe e dizer “eu
te agradeço”, sendo eu capaz de caminhar sozinho, em paz
Se eu pudesse me aconselhar a jamais esquecer do que senti
quando meus filhos nasceram, teria lutado muito mais por um mundo perfeito,
próspero e gentil
Jamais teria dado tanto tempo para meus gostos, eu teria é
dado todo esse tempo à eles
Brincado feito criança, ido ao parquinho, à montanha
russa! Abnegado meus cansaços
O eu de hoje, forçaria esse eu de outrora a sorrir muito
mais...
Mas...
Esse eu de outra dimensão que nada disso teve e que tudo
isso perdeu, não tem mais nada a dizer.
Al. Arz
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Presa em Teia de Aranha
Não espere por nada
Pois o destino é invenção
Criada pelos acidentes que se parecem
E que, de algum modo, se completam
Nos dando a ilusão de um resultado artesanal
Semelhante a perfeita teia da aranha
Pronta a prender
Todo o inseto vagaroso
Fazendo vibrar
O fio que leva ao centro
Tornando essencial e útil
O que noutras circunstâncias
Serviria apenas para separar
A vaga ideia de fazer sentido
Pois o destino é invenção
Criada pelos acidentes que se parecem
E que, de algum modo, se completam
Nos dando a ilusão de um resultado artesanal
Semelhante a perfeita teia da aranha
Pronta a prender
Todo o inseto vagaroso
Fazendo vibrar
O fio que leva ao centro
Tornando essencial e útil
O que noutras circunstâncias
Serviria apenas para separar
A vaga ideia de fazer sentido
A.A>
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