segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Diálogos #15

Se, por um obséquio ridiculamente improvável, seres de outros planetas já visitaram o nosso, motivos imagináveis para que isso não volte a acontecer não faltam. Esses pretextos podem ser resumidos, basicamente, a três indagações: 1) Nosso planeta é extremamente pequeno, tão pequeno e perdido no ‘mapa do universo’, que essa razão, por si só já demonstra que há algo de errado por aqui. “- Por que não temos vizinhos?” Porque o universo resolveu nos isolar... Estamos perifericamente à margem de qualquer via expressa intergaláctica que leve ao centro de alguma coisa mais estimulante (se, teoricamente, pensarmos num centro no infinito [¿]). 2) A possibilidade de seres muito mais inteligentes e desenvolvidos em tecnologia (*-Velocidade da luz? Hã? O que era isso mesmo?*) pousarem em nosso planeta se reduz a quase nada se a LÓGICA for usada na depuração de uma sub-pergunta; Eles viriam aqui para fazer o que, exatamente? É claro que existem indivíduos que possuem ‘mentes mais abertas’; Acreditam em abdução, EQM, viajem astral (*bixo*), Hercólubus... Mas, mesmo que tudo isso fosse ‘concreto’ (e não: lama), o que sobra? Os ‘carinhas’ mitologicamente feios do espaço sideral viriam até a ‘Terra’ por que além de algumas abduções, gostam também de comprar, disfarçadamente, ‘sanduíches subway’, e de furtar receitas especiais do tempo da vovó? Afinal, todos no universo devem comer pra viver, não? Ou são admiradores profundos (profundos mesmo) de nossa indústria cinematográfica? Tendendo à LÓGICA: a resposta é não. O filme ‘ET’ – apesar do grande sucesso de bilheteria e da grandiosa direção do admirável Steven Spielberg, é uma afronta a qualquer ser vivo que não seja terráqueo; Lindo filme, trama, melodia, suspense... E ‘ET’ burro e sentimentalista! –, sem sombra de dúvida, só pode ser adorado por seres terrestres (*A lista de filmes poderia ser aumentada*). Quanto a comida (*por favor*), devem existir lugares muito melhores do que ‘aqui’ na intenção de variar um pouco o cardápio. Mas, supostamente, se não houvesse (*em todo o universo?*), apenas uma visita rápida – daquelas da década de cinqüenta (já que depois dessa época a comida virou uma porcaria industrializada mesmo) – bastaria, ou ainda, um simples interrogatório a uma vovó abduzida, não? 3) Não há, de forma alguma, modo de haver uma diplomacia entre os líderes políticos e religiosos desse planeta e qualquer visitante do espaço. Seriam vários os problemas; A começar por ‘quem’ seria o líder político ou religioso (ou ambos) que responderia a essa ocasião; O ‘chefe de território’ aonde a ‘nave’ pousou? O presidente da maior economia do planeta? O Papa? Representantes supremos de outras religiões? Todos juntos? Seria um movimento democrático desastroso, já que sabemos que uma reunião dessas é: em prática impossível – nem que fosse por um ‘bem maior’ que a cotação do dólar. Outro ponto importante (na verdade, de extrema relevância) é se o ‘objeto não identificado’ chegaria a pousar em algum lugar. Provavelmente, não. Seria atacado (se identificado pelos radares) de qualquer país que sobrevoasse... Contato? - Olá, viemos em paz! - Não.
Você teria a ousadia suficiente para colocar uma ‘inédita máscara’, rouquejar sua voz ao máximo (ou afiná-la, se preferir), inventar uma língua estranha e bater na porta da frente da casa do seu vizinho (que possuí uma espingarda para caça) num dia qualquer (com exceção do halloween)?

- Olha aquilo! – Disse H. firmemente.
- Aonde? – Perguntou G.
- Aquele ziguezague no céu – disse H.
- Ah... Tô vendo... Deve ser um satélite – replicou G.
- Não pode ser, ‘bixo’! - Deu uma tragada. - É muito louco o movimento pra ser algo conhecido epistemologicamente – disse H.
- Nem... A terra tá girando. As nuvens movendo-se em diversas camadas de altitude. É mais provável que seja uma ilusão óptica – disse G.
- Pode ser... Mas eu ainda acho que são extraterrestres – disse H.
- Não viaja demais, cara! Passa esse baseado pra cá – exigiu G.

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