sexta-feira, 30 de abril de 2010

Não sei o que pensar

Somos pacientes da ignorância
Esperando nosso pronto atendimento,
na fila do tamanho de um trem
A minha senha está em branco, nº0

Olho para trás, enxergo multidões...
Gente que não sabe o porquê de estar ali, esperando.
Gente que tem seus próprios ideais, mas que não tem coragem para organizar pensamentos.
Gente sem fé ou com um terço na mão.
Gente praguejando,
gente vomitando,
gente caindo,
gente gemendo,
gente sofrendo,
gente agonizando,
gente morrendo...

A maldita fila não anda!
Mesmo assim, permaneço estático.
A minha frente, existem pessoas com privilégios:
Gente com roupa da última moda.
Gente com um poodle nas mãos.
Gente berrando em telefones celulares, falando sobre ações da Bovespa.
Gente conversando sobre a última viagem a Paris.
Gente que usa perfumes exóticos,
Gente sem escrúpulos,
Gente sem consideração alguma, por coisa alguma
Gente que cresceu sem olhar para trás,
Gente que não parece gente.

A partir do um, a fila começa:
- O zero não significa nada!
O zero é o alogaritimo equacional do azar.
(multiplicado, dividido, somado – com exceção de subtraído)
Esse é o meu número, até que a fila resolva se mover.




A.A>