sexta-feira, 10 de junho de 2011

A mulher que salvou minha vida

Ela me acolhe todos os dias

Alia-se ao tempo

Como um pecado sem culpa

Tem vezes que percebo o arrependimento

Mas existem ocasiões que não a vejo

Em que não remôo sentimentos ou olhares

Parece, para quem vê: descanso.


Às vezes eu a culpo

- Por que não me deixou partir?

Tão mais simples seria o extremo

Coisa boba o amor. - A morte eu não temo!

O apaixonado pela vida não soma os dias (no plural)

Quem realmente vive diminui o dia

Tudo tão singular e impreciso, como no primeiro beijo


Recolhida a salvação que é dependente da redenção!

Deve-se salvar o que quer morrer?

Só pode ser tragicômico esse desejo

Hoje me pergunto em que estágio de vida póstuma eu estou

E compreendo melhor do que deuses, orações e destinos

Que somente a mulher que salvou a minha vida pode me matar.





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