Ela me acolhe todos os dias
Alia-se ao tempo
Como um pecado sem culpa
Tem vezes que percebo o arrependimento
Mas existem ocasiões que não a vejo
Em que não remôo sentimentos ou olhares
Parece, para quem vê: descanso.
Às vezes eu a culpo
- Por que não me deixou partir?
Tão mais simples seria o extremo
Coisa boba o amor. - A morte eu não temo!
O apaixonado pela vida não soma os dias (no plural)
Quem realmente vive diminui o dia
Tudo tão singular e impreciso, como no primeiro beijo
Recolhida a salvação que é dependente da redenção!
Deve-se salvar o que quer morrer?
Só pode ser tragicômico esse desejo
Hoje me pergunto em que estágio de vida póstuma eu estou
E compreendo melhor do que deuses, orações e destinos
Que somente a mulher que salvou a minha vida pode me matar.
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