Quando olho a minha volta: vejo telhados,
de várias cores, formas, furos, destinações...
Esporadicamente, numa brecha entre um telhado e outro,
consigo enxergar um pouco de verde da copa de árvores.
O verde tornou-se tão raro, acho que estou me tornando daltônico.
Cabe pensar se o outono é a estação certa pra ter a certeza,
mas, o que eu vejo me parece esmagado pelo cinza;
- Tem vezes que já nem sei onde começa o céu.
Só sei que não sou hipócrita.
Não sou ecologista.
Nem sou um visionário que acredita em efeitos de duzentos anos atrás.
Os defeitos acontecem agora; a História só os justifica.
Sou alguém que apenas gosta mais de verde, azul e preto...
cores que os parabólicos não refletem.
E as árvores: grotescas na minha visão fraca,
fazem por menos o mal de serem pouco apreciadas como eram na infância.
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