segunda-feira, 17 de maio de 2010

Apocalípticos

Não caia,
Não surte,
O mundo vai se desvirginar e padecer,
Feito as belas e saudosas películas da década de cinqüenta.

Não morra.
Não sue,
epileticamente estaremos envoltos, abraçados
- E nossas línguas lamberão toda a sujeira das periferias.

Não sinta: ignore.
Não enxergue: tudo estará transparente demais,
A verdade deixará de ser um conceito isomorfo,
e todos os corações irão receber a mesma dose de adrenalina.

Não é agora.
Não é ainda hora.
Bichos atrozes tirarão gravatas, e melancólicos talvez eles pensem:
Em toda a fortuna que poderia ter sido construída com menos dinheiro.

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