quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Laura

Teu pai te deu a vida, e só
ele vive a perambular
por espaços previamente calculados
pelo conhecido
por paraísos artificiais

Seu pai usou Baudelaire, Nietzsche, Foucault e Schopenhauer
Pra tentar entender a si mesmo e ao que havia ao redor dele
Seu pai dormiu na sarjeta, tomou comprimidos fortes
Pra tentar esquecer que ele existia

Perdoe-o!
A inocência dele foi corrompida por uma vida,
De abusos,
Negligencias,
Fraqueza
E predestinação falha.

Um homem que virou pai sem realmente entender o sentido hermenêutico
Uma criança que cresceu odiando seus pais;
Por favor, não faça isso!
Seja você em eternidade!
O seu pobre e desafortunado pai estará ao seu lado,
Pode ser que continue sendo bobo e infantil,
Mas sempre será teu companheiro e educador.

Laura...
Perdoe o mundo, antes de julgá-lo
A vida não é tão bela quanto é nos filmes
E o sossego é uma razão invertida,
Pois sempre queremos mais.

Filha...
Sempre serei seu pai.
Mesmo que nunca tenha compreendido o significado desse termo
Vou priorizar o teu pranto antes de qualquer desafinado canto meu!
Sou seu,
E desde já, te peço perdão.